Por um media training sem medo

 

Recebemos inúmeras solicitações para eventos de media training, mas geralmente as demandas limitam-se ao básico. Em geral, são seis horas de treinamento, composto por uma introdução sobre a importância da mídia, seguida de uma apresentação das situações de maior exposição e risco para a imagem da companhia.

Para coroar a programação, há sempre uma celebridade do jornalismo – de preferência da Rede Globo – para conduzir a tradicional dinâmica de gravações em VT e aferir o desempenho, bom ou ruim, dos executivos frente às câmeras. Raro mesmo é receber um pedido preventivo de administração de crises, com o levantamento e mapeamento de áreas e fatores de risco para a imagem e atividades da companhia. Mais difícil ainda é atender a uma demanda de criação e formação de um grupo interno para contenção de emergências. A gestão de crises passa também pela atualização periódica ou elaboração de um manual interno, além de reciclagem regular dos principais dirigentes e executivos.

Inesperadamente, dias desses saímos do lugar comum dos media trainings. Simulamos um fato real e altamente explosivo para analisar o desempenho do presidente e principais diretores de uma grande corporação estrangeira frente à mídia. De surpresa, convocamos duas dúzias de atores bradando palavras de protesto diante da sede, em um importante corredor comercial de São Paulo. Em seguida, estrelou a mídia – outra dúzia de repórteres atores, representando emissoras de TVs e rádios e jornalistas da mídia impressa, sedentos por um bom escândalo.

O barraco foi criado para aferir a atitude imediata e bons e maus exemplos de gestão de crise. Lembre-se: o que está sempre em jogo é a credibilidade de uma organização diante da opinião pública. Ainda bem que os treinamentos regulares de contenção de crise e dinâmicas de media trainings têm mostrado porta-vozes capacitados na administração segura, rápida e transparente de uma situação. O susto passa sem deixar marcas.

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